A extinta megafauna Australiana

Dois milhões de anos atrás, seres majestosos viviam na área onde atualmente fica a Austrália. Neste artigo, descubra a megafauna que havia na região, e que foi extinta por vários fatores.
A extinta megafauna Australiana
Alejandro Rodríguez

Escrito e verificado por o biotecnólogo Alejandro Rodríguez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Era o ano de 1969 quando Rod Wells, apaixonado por pesquisar fósseis, entrou na caverna de Victoria, no sul da Austrália. Certamente ele nunca imaginou que o que havia ali eram os fósseis da extinta megafauna Australiana.

Esse artigo que apresentaremos reúne alguns dos animais mais fascinantes e enormes que viveram durante o Pleistoceno em território australiano.

Diprotodonte, o gigante marsupial da megafauna Australiana

Até hoje, é o marsupial mais gigantesco – o que está na foto que encabeça esse artigo – do qual há evidências. Estamos diante de um animal herbívoro com o tamanho aproximado de um rinoceronte.

Os maiores exemplares poderiam medir cerca de três metros de altura e ter um peso aproximado de três toneladas. Seus parentes vivos mais próximos são os coalas e os vombates.

Esses animais povoaram a ilha da Austrália há 1,6 milhão de anos, e acredita-se que eles viviam em bandos. Costumavam habitar áreas arborizadas e pastagens, mas sempre perto de lagos ou rios. Lá eles se alimentavam de folhas, pastos e alguns arbustos.

No entanto, seu tamanho muito grande e a dificuldade de manobra poderiam ser fatores contra eles. Isso os tornou presas fáceis para outro componente da megafauna: ninguém menos que o leão-marsupial.

O leão-marsupial, um caçador nato da megafauna Australiana

Este predador implacável pesava entre 100 e 160 quilos e tinha o tamanho de um leopardo. Sem dúvida, isso fez dele o maior mamífero carnívoro do território.

Fóssil do leão-marsupial

O leão-marsupial (Thylacoleo carnifex) foi capaz de perseguir e atacar animais muito maiores que ele. Suas garras fortes e afiadas o ajudavam a não deixar a presa escapar.

Um fato curioso sobre esse componente da megafauna Australiana é a sua origem. Os ancestrais do leão-marsupial eram herbívoros e, portanto, seus dentes foram adaptados para esse fim.

Para resolver essa questão, o leão-marsupial supriu a ausência de caninos desenvolvendo incisivos pontiagudos.

Além disso, eles desenvolveram pré-molares em forma de faca que, juntamente com a força da mordida das suas mandíbulas, tiveram um efeito devastador.

Por exemplo, acredita-se que todas essas ferramentas assustadoras permitiram que o leão-marsupial matasse a sua presa em apenas um minuto.

Procoptodon, o canguru gigante de cara achatada

Mais uma vez, este é um dos exemplos mais impressionantes da megafauna Australiana. O gigante canguru de cara achatada (Procoptodon goliah) era fisicamente muito parecido com os cangurus atuais, mas seu focinho era mais achatado e seus olhos projetados para frente.

Canguru gigante de cara achatada

Medindo mais de dois metros e pesando até 230 quilos de peso, esses marsupiais podiam alcançar as folhas das árvores para se alimentar. Seus braços terminavam em longos dedos com garras, o que lhes permitia alcançar os galhos mais distantes.

Apesar de ser muito semelhante aos atuais cangurus, há evidências científicas de que esses animais não se moviam pulando. A anatomia os torna mais parecidos com os bípedes.

Eles foram um dos últimos membros da megafauna Australiana e foram extintos há aproximadamente 50 mil anos.

Por que eles foram extintos?

O que aconteceu com a megafauna australiana permanece incerto até hoje. Muitos estudos culpam a mudança climática como a causa principal.

Pesquisadores como Tim Flannery apontam para a chegada do homem ao continente australiano há 50 mil anos.

A caça e o desmatamento podem ter contribuído para o seu desaparecimento, mas esse aspecto é muito controverso.

Seja como for, fica claro que, milhões de anos atrás, havia animais inigualáveis. A paleontologia moderna e a pesquisa vêm ajudando esses seres a não cair no esquecimento.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Miller, G. H., Magee, J. W., Johnson, B. J., Fogel, M. L., Spooner, N. A., McCulloch, M. T., & Ayliffe, L. K. (1999). Pleistocene extinction of Genyornis newtoni: human impact on Australian megafauna. Science283(5399), 205-208.
  • Roberts, R. G., Flannery, T. F., Ayliffe, L. K., Yoshida, H., Olley, J. M., Prideaux, G. J., … & Smith, B. L. (2001). New ages for the last Australian megafauna: continent-wide extinction about 46,000 years ago. Science292(5523), 1888-1892.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.