Animais de estimação hiperativos: dicas para lidar com a quarentena

Lidar com a quarentena pode ser muito difícil em alguns casos, mas ainda é possível tirar proveito da situação. Como? Focando-se na correção dos problemas de hiperatividade dos animais de estimação.
Animais de estimação hiperativos: dicas para lidar com a quarentena

Última atualização: 09 março, 2022

Certamente já percebemos (por experiência própria ou comentários de familiares, amigos ou conhecidos) que existem animais de estimação hiperativos e que, por exemplo, não é a mesma coisa tentar manter um bulldog inglês calmo em casa e um husky ou um dálmata.

Devemos ter em mente que, dependendo da raça, educação e outros fatores, um animal de estimação pode ser mais ou menos ativo. Esses fatores podem nos fornecer pistas valiosas ao desenvolver estratégias que nos ajudem a canalizar a energia do animal e melhorar a convivência na casa.

Animais de estimação hiperativos: aspectos a considerar

Animais de estimação hiperativos

Assim como outros tipos de comportamento dos cães, a hiperatividade pode ser uma personalidade herdada de geração a geração. No entanto, também pode ter sua origem em outras causas não genéticas:

  • Estimulação insuficiente. Tanto fisicamente quanto mentalmente.
  • Falta de socialização. Essa pode ser a causa de muitos problemas comportamentais na vida do animal, e é muito comum em cães que se separam da mãe quando filhotes e são vendidos em lojas de animais com mais de três meses de idade, quando eles já perderam o período de socialização.
  • Falta de rotina. Os animais se adaptam facilmente a uma rotina diária, que lhes dá segurança quando se trata de saber quando comer, passear, dormir…
  • Hipercinesia. É uma doença semelhante ao déficit de atenção em humanos e se deve a problemas no sistema nervoso.
  • Problemas na dieta. Devido ao consumo excessivo de calorias ou hipersensibilidade nutricional (alergia alimentar).
  • Aprendizagem. Dos comportamentos reforçados pelo dono, de forma voluntária ou não.

Hiperatividade ou sobreatividade?

Hiperatividade e sobreatividade são conceitos diferentes. De fato, é possível encontrar diferenças entre um e outro, em muitos aspectos.

  • A sobreatividade é um pouco mais comum em cães.
  • Ao contrário da hiperatividade, a sobreatividade não afeta a fisiologia do cão, nem afeta a capacidade do animal de relaxar e dormir normalmente.
  • No entanto, o oposto é verdadeiro quando o cão é hiperativo. A frequência cardíaca, a frequência respiratória e a temperatura ficam elevadas, mesmo durante os períodos de descanso.
  • A atividade em cães sobreativos tem um propósito. Ou seja, não é uma reação exagerada a um estímulo, como ocorre em cães hiperativos, e frequentemente seu objetivo é buscar a atenção do dono.
  • O sobreatividade não pode ser herdada.

Muitos cães são classificados como “hiperativos” quando, na verdade, não são. Isso acontece simplesmente devido aos níveis mais altos de atividade da raça ou a idade média. Além disso, deve-se levar em consideração que a atividade também varia de acordo com o indivíduo.

Dicas para lidar com animais de estimação hiperativos durante a quarentena

Se você já tiver consultado o veterinário para descartar um problema orgânico que possa estar causando a hiperatividade, pode aplicar essas dicas na vida ‘normal’ e pensar em alternativas para longos períodos em casa, como a quarentena.

1. Não reforce o comportamento hiperativo

Não há necessidade de reforçar o comportamento hiperativo, nem recompensar situações nas quais o cão exagere. No entanto, você também não deve puni-lo por isso. Se fizer isso, a única coisa que vai conseguir é aumentar os níveis de ansiedade do cachorro.

Cachorro de castigo

2. Estabeleça uma rotina

Rotinas para caminhar, brincar, descansar e comer devem ser estabelecidas. O recomendado, dependendo da idade e da raça, é fazer uma ou duas refeições por dia, separadas.

3. Ajuste a dieta às necessidades do animal

Devemos verificar se a quantidade de alimento que estamos dando ao animal é adequada em termos de idade, raça, peso e atividade ideais. Um filhote de cachorro labrador não é igual a um cachorro chihuahua adulto.

4. Proporcione estímulo físico e mental suficiente

Também devemos fornecer estímulo suficiente ao cão, tanto físico quanto mental. Obviamente, isso vai depender da raça e da idade do animal.

Não devemos focar em exercícios extremos, que deixam o cão exausto, nem devemos oferecer atividades excessivamente leves, o que dificilmente lhe permitirá gastar a sua energia. É preciso encontrar um ponto intermediário.

  • Em casa, podemos colocar em prática brincadeiras de cheiros, de busca, mordidas… Também podemos preparar jogos com materiais caseiros, como papelão.
  • Os jogos nos quais o cão usa o olfato proporcionam uma boa estimulação física e mental.
  • Para os animais mais ágeis, podemos experimentar exercícios mais difíceis progressivamente, como a esteira.
Treinar o olfato dos cães

5. Treinamento em casa para animais de estimação hiperativos

Podemos treinar diferentes ordens e exercícios de obediência e autocontrole (“sentar”, “ficar”, “sair”, “procurar” etc.). Nesse sentido, melhorar o autocontrole em casa é muito importante para ajudar os animais de estimação hiperativos.

Com a prática e o tempo, podemos evitar situações descontroladas, como o cachorro pulando para tentar pegar a sua comida, por exemplo.

Ao corrigir o comportamento, melhoraremos a convivência

Assim como a quarentena pode afetar mais ou menos determinadas pessoas, o mesmo pode acontecer com os animais de estimação. Algumas raças são mais enérgicas e, portanto, precisam dos seus donos para ajudá-las a canalizar seus impulsos, enquanto outras costumam ser mais calmas.

Independentemente de como é o seu animal de estimação, a verdade é que devemos tentar fornecer certos cuidados durante a quarentena, para que eles possam lidar com essa situação da melhor maneira possível.

Se nos concentrarmos em conhecer um pouco melhor nosso animal de estimação, podemos corrigir certos hábitos e, em geral, melhorar a convivência.


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  • PortalVeterinaria. Hiperactividad en el Canis familiaris, 2011.
  • Hablaconellos. Educación y Adiestramiento canino.

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