Cães com medo de fogos de artifício: cuidados

Cães com medo de fogos de artifício: cuidados

Última atualização: 22 fevereiro, 2018

O final do ano e o São João são as duas épocas com muitos fogos de artifício e fogueiras. Embora para as crianças pareçam festas divertidas, os cães com medo de fogos de artifício passam um verdadeiro pesadelo. Nessa situação, vamos te dar dicas para superar esses dias complicados para seu animal de estimação:

O medo e seu funcionamento

medo de fogos de artifício pode ser superado, mas leva tempo e requer um educador competente que saiba como fazer o treinamento. Poucos dias antes das festas, podemos apenas tomar precauções que nos permitam superar esses dias. Esses cuidados são especialmente voltados para garantir a segurança do nosso cão e minimizar os efeitos que os fogos de artifícios têm sobre ele.

Quando um animal sente medo, ele tem três opções: fugir, lutar ou render-se. No caso dos cães, a primeira opção será sempre fugir, embora em outras situações ele possa tentar lutar. Quando os cães estão com medo de foguetes, quase sempre veremos que o animal tenta fugir para sua casinha ou para baixo da cama e outros móveis.

Filhote de cachorro se escondendo embaixo de um móvel

Proteja sua casa

Sabemos que haverá fogos de artifício e que nosso cachorro pode entrar em pânico. Em primeiro lugar, devemos garantir sua segurança e a casa dele é o primeiro lugar onde deve se sentir seguro.

Devemos bloquear o acesso às varandas e fechar as janelas. Todos os anos, há histórias de cães que, com medo de fogos de artifício, desesperaram-se e pulam pela janela. Esses cães podem sofrer sérios danos ou mesmo morrer se a queda for alta.

Em casas com jardins, devemos verificar o estado das cercas. Se houver buracos embaixo ou entre as cercas, o cão pode escapar. Mesmo assim, se a cerca for baixa, há chances dele saltar e podemos considerar a opção de não permitir que ele vá ao jardim naqueles dias com barulho intenso.

Além disso, não devem estar ao alcance de cães com medo de fogos de artifício elementos perigosos que eles possam morder ou roer. Os cachorros descarregam boa parte do estresse com a mastigação. Por isso, se ele precisa mordiscar um objeto, não deve ser tóxico ou perigoso para ele.

Uma área segura para cães com medo de fogos de artifício

Nós podemos criar uma área segura dentro de nossa casa que ajude o cão a superar os dias festivos. Ela deve ser uma sala ou um lugar dentro da nossa casa onde nada de ruim acontecerá com o cachorro. Essa área deve servir para que o animal se refugie. Por isso, ela deve ter as seguintes características:

  • Deve ser acessível todos os dias durante 24 horas. Por exemplo, se o cão se esconder na banheira, a porta do banheiro sempre deve estar aberta e, quando ele se esconder, não devemos impedi-lo.
  • Se o cão não escolher nenhum canto da casa, podemos guiá-lo em direção a um lugar adequado. Muitos cães com medo já têm preferência por certas partes da casa, mas, se estiverem estressados, eles vagam pela casa. Podemos criar uma área segura e orientá-los de maneira amigável até o lugar.
  • Deve ser isolada do lado de fora da casa. Não pode ter janelas abertas e, se possível, deve ter as persianas ou cortinas fechadas. Além disso, deve ser um lugar silencioso e, quanto menos ruído vier de fora, melhor.
  • Quando criarmos a área segura, não podemos retirá-lo de lá. Se o cão optar por refugiar-se, devemos oferecer água. Quando ele fica ofegante, é sinal de medo. Além disso, devemos oferecer carinho e atenção ao animal. Entretanto, não podemos pedir que ele saia do seu lugar seguro. Muito menos, devemos impedi-lo de ir para seu esconderijo.

Mude os passeios

Devemos verificar quais ruídos há durante a caminhada do nosso cão e  modificar o trajeto, se necessário. Podemos reduzir o número de passeios ou a duração deles em caso de necessidade. Há horas no dia em que há menos ruídos e devemos aproveitá-las.

Cachorro escondido atrás do dono

É melhor dar uma caminhada curta e silenciosa em vez de um percurso longo, mas cheio de medo ou sustos. Se, por uma semana ou alguns dias, a rota for mais curta ou houver menos passeios, nada de ruim acontecerá ao animal. Cães com medo de foguetes ficarão felizes por não estarem expostos ao ruído da rua.

Métodos de controle

Para cães com medo de fogos de artifício, é fundamental revisar os métodos de controle que serão utilizados: usar um arnês é mais seguro do que as coleiras normais. As coleiras com enforcadores só aumentam o medo que o cão já tem por si só.

Tudo o que você usa na rua deve estar em boas condições. Se corremos o risco de o cão se mexer com um barulho, não podemos arriscar que a correia se rompa ou a fivela do arnês se solte. O cão pode acabar correndo desorientado e não saber como voltar para casa. Se morarmos em uma área com estradas movimentadas, isso poderia pôr em perigo a vida do animal.

Um novo arnês ou uma nova coleira não são caras e podem ser a diferença entre um cachorro seguro ou um cachorro perdido. Vale a pena renovar os itens do animal sempre que for necessário, ainda mais nas época festivas do ano.

Casos extremos

Há alguns casos extremos de cães com medo intenso: cães que ficam paralisados ​​ou têm tanto medo que vomitam ou param de comer. Inclusive, alguns cães podem deixar de fazer suas necessidades por horas ou dias.

Esses casos extremos devem ser cuidados ​​por um  veterinário. Diante de um medo tão radical, pode ser necessário prescrever medicamentos ansiolíticos – nunca sedativos – que o ajudarão a superar estes dias. Eles não vão fazer o animal esquecer o medo, mas isso permitirá que possam sobreviver ao período de festas.

Depois que os piores dias de fogos de artifício e foguetes tiverem passado, o cão deve ser visto e avaliado por um educador canino para ajudá-lo a lidar com seus medos. Esse é um tratamento que só pode ser realizado sob a supervisão de um profissional. Finalmente, um medo tão intenso compromete o bem-estar do cão e não deve ser negligenciado até as próximas festas com fogos de artifício.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.