Cão protetor para mulheres maltratadas

Cão protetor para mulheres maltratadas
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

No âmbito de mulheres que são vítimas de violência de gênero, já existe a figura do cão protetor especialmente treinado. Desta forma, o animal enfrentará qualquer um para defendê-la, e sua eficácia neste tipo de situações está muito bem testada.

Escolas e raças de cães protetores

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Há escolas que oferecem um treinamento especial de cão protetor para determinados peludos, designados para cuidar de mulheres vítimas de violência de gênero.

Nem todas as raças de cão servem para oferecer uma boa proteção como cão de defesa. Geralmente, os pastores alemães e os pastores belgas são os mais indicados.

O futuro cão protetor recebe um treinamento intenso de obediência e de defesa. Quando ele está preparado, transforma-se no melhor protetor de sua dona, que também recebe um treinamento especial para aprender a controlar a situação e os instintos de seu novo companheiro.

É importante que a dona também esteja preparada para controlar e assumir as reações do animal.

A atuação do cão protetor

Quando a mulher e o cão estão preparados, o animal irá sair à rua com o que se chama de focinheira de impacto, recoberta de aço. Se sua dona sofrer um ataque, o cão se equilibrará sobre o agressor e lhe dará um forte golpe, que o imobilizará pelo tempo suficiente para que a mulher peça socorro ou fuja.

A chave dessas ações está no instinto de defesa dos cães. Eles estão treinados para identificar uma possível agressão e agir para paralisar o agressor.

O objetivo é dissuadir o agressor e, em caso de ataque, servir de escudo. As mulheres maltratadas têm um GPS para que a polícia as localize. Logicamente, nessas situações, o tempo é um fator muito importante. Cada segundo conta.

Regulamentação do cão protetor

O cão protetor está 24 horas por dia ao lado da mulher, ele sempre a acompanha. Em muitos casos, eles são um elemento importante na hora de a mulher testemunhar. Entretanto, há um vazio legal, já que esses animais não estão reconhecidos legalmente, como, por exemplo, os cães-guias para cegos.

Seria conveniente que a sociedade e as autoridades regulamentassem o cão protetor, para que ele pudesse entrar com a mulher a quem acompanha em qualquer lugar público ou privado.

Não são animais agressivos

É importante constatar que estes não são cães perigosos ou agressivos, justamente o contrário. São cães muito sociáveis, são adotados ainda filhotes, para que se socializem. São carinhosos e também querem carícias.

Esses cães não são agressivos, não vão matar, pelo contrário, eles estão especificamente preparados para evitar isso, para responder a uma situação desagradável da melhor forma possível. Trata-se de um trabalho longo e consciencioso, tanto para a mulher como para o animal.

O programa de proteção

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Foto: Sal

Quando solicitam o programa, os psicólogos da fundação, especializados em violência de gênero, valorizam cada caso e sua periculosidade. Depois, um etólogo visita a casa da solicitante, para verificar o ambiente onde viverá o animal.

Se os requisitos forem atendidos, a mulher inicia o programa de formação, que começa com um curso de 20 horas, o mesmo que, por lei, devem realizar os vigilantes de segurança, e que é dado em um centro habilitado pela Direção Geral da Polícia.

Escolhe-se então o cão protetor que se adeque mais a cada mulher, com o qual poderão construir um vínculo em função de sua personalidade. O animal é oferecido gratuitamente, assim como toda a formação.

Quando o cão está vestido com o equipamento de proteção, ele toma consciência de que tem que estar preparado para o que lhe adestraram.

Ele também deverá estar treinado para atuar de forma passiva, quer dizer, sem equipamento, caso se produza alguma situação inesperada, assim, ele também poderá proteger a mulher.

Os cães de proteção são muito sociáveis, equilibrados, vivem em famílias e têm ‘sentimento de justiça’. Têm sentido de justiça e a defendem. Se os castigarem em excesso, eles avisarão. E se mesmo assim o castigo persistir, eles acabarão enfrentando a situação, ou seja, o agressor.

Eles sabem que os maus-tratos não são justos em nenhum caso. É óbvio, tampouco com eles. Defenderão a mulher atacada, mas também se defenderão se considerarem que estão sendo “atacados” ou muito castigados.


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