Como tratar os cães maltratados?

Como tratar os cães maltratados?

Última atualização: 09 março, 2022

Sempre existiram casos de cães maltratados. Mas graças à Internet e às redes sociais, somos capazes de descobrir mais casos de animais abandonados ou maltratados que nunca. 

A nossa primeira reação ao ver um cão nesse estado é dizer “coitadinho” e sentir pena desses animais que não tiveram muita sorte na vida. No entanto, a pena é um sentimento inútil e que não ajuda em nada o animal. A seguir, faremos uma reflexão sobre como devemos tratar os cães maltratados.

A pena: um sentimento inútil

As emoções são involuntárias e não devem ser reprimidas. No entanto, como nós somos seres racionais, podemos mudar a forma como pensamos para mudar aquilo que sentimos.

cachorro deitado

Fonte: José María Pérez Nuñez

É natural e normal sentir pena daqueles menos afortunados, especialmente quando se trata dos animais, pois são seres indefesos que não merecem nunca nada do mal que às vezes acontece com eles. Os animais são sempre vítimas das circunstâncias e os seres humanos podem ser muito cruéis. 

Mas insistimos que a pena é um sentimento paralisante. Além disso, quando sentindo pena não fazemos nada para mudar ou prevenir o sofrimento do animal. A pena é uma emoção que faz com que nos sintamos mal, mas não faz mais nada além disso. É um sentimento totalmente inútil para quem precisa de ajuda.

Inclusive, é importante dizer que a pena pode se transformar num sentimento de impotência, o que só irá prejudicar aqueles que mais precisam de ajuda. Nesse caso, nossos queridos amigos de quatro patas.

Como tratar um cão maltratado e o que devemos sentir por ele

Podemos sentir muitas outras coisas ao invés de pena. Qualquer sentimento que nos leve a mudar a situação de um animal maltratado ou abandonado é muito mais útil. 

Para reformular os nossos sentimentos, temos que mudar a forma que pensamos. Por exemplo, em vez de pensarmos “coitadinhos”, podemos pensar o seguinte: “o que eu posso fazer para proteger esse animal que passou por tanta coisa?” ou “o que eu posso fazer para ajudar este animal maltratado?”.

Devemos trocar a pena por determinação, pois estaremos fazer algo útil de verdade por algum animal em especial ou por outros em uma situação parecida. Com isso, ao invés de ficarmos estagnados, faremos algo produtivo por um ser que realmente necessita.

Dessa forma, estaremos ajudando aquele que está cuidando dele, protegeremos outro animal para que não sofra no futuro ou, inclusive, podemos tomar conta desse animal e nos certificarmos pessoalmente que nunca mais alguém volte a lhe fazer mal.

Também podemos sentir compaixão ao invés de pena, que é um resultado parecido com a determinação: damos um passo adiante e, ao mesmo tempo, fazemos algo de útil ou necessário. A compaixão nos leva a aliviar um sofrimento, nos ajuda a nos tornarmos responsáveis por mudar uma situação ruim.

Se virmos um animal doente ao lado de uma estrada e sentirmos pena, iremos suspirar por ele, mas seguiremos adiante. No entanto, se virmos um animal doente ao lado de uma estrada e sentirmos compaixão, provavelmente iremos levá-lo ao veterinário e tentaremos aliviar as suas dores. 

Com determinação, mudaremos o presente e o futuro desse animal: primeiro cuidaremos dele e depois não iremos parar até encontrar uma família definitiva que irá cuidar do bichinho para o resto da vida.

É muito fácil sentir pena ao invés de admiração. Ao invés de lamentarmos pelo mal que o cão abandonado passou, podemos admirar a sua capacidade de superação e nos sentirmos orgulhosos por ele, já que superou uma situação tão difícil.

Porque se tem uma coisa que caracteriza os cães é a sua tenacidade, vontade e disposição que sempre têm para superar os problemas. A admiração nos ajuda a entender os animais, especialmente os cães, com essa grande capacidade inata que possuem.

Por isso, ajuda muito tratar os cães com respeito, ao invés de com pena. Isso porque, no lugar de cães maltratados, eles se tornam sobreviventes, heróis capazes de superar tudo que vier pela frente. Nós confiamos mais neles e eles confiam mais em nós.

Não devemos olhar para eles com pena

Quando temos diante de nós um cão maltratado ou abandonado, costumamos sentir o medo e a ansiedade que o animal sente. Podemos fazer muitas coisas para ajudá-lo a superar os seus medos, mas o mínimo que devemos fazer é não olharmos para ele com aquele olhar de pena.

O nosso olhar de pena transmite preocupação e medo, além disso, somos a referência fundamental para os nossos cães. Se nós estamos preocupados, o cão ficará preocupado. Ele sempre sentirá medo. Tratar um cão maltratado corretamente é fundamental para a sua recuperação.

Filhote de cão preso pela cerca

Dessa forma, se nos sentirmos orgulhosos de ter um sobrevivente em casa, iremos aproveitar mais todos os avanços que ele fizer, e ele também se sentirá orgulhoso e confiante. O mundo deixará de estar cheio de rostos preocupados que só transmitem medo: iremos acompanhar e apoiar a sua recuperação.

Agir em favor dos animais maltratados

Quando lemos uma notícia sobre maus-tratos aos animais, podemos fazer muitas coisas além de sentir pena. Podemos ajudar a pessoa que acolheu esse animal abandonado a custear consultas ao veterinário ou a alimentação do bicho de estimação.

Também podemos ajudar a procurar alguém que queira adotar em definitivo o animal quando já estiver recuperado. Talvez possamos participar de uma sociedade protetora dos animais que fazem prevenção e, assim, contribuir para diminuir a quantidade de casos de maus-tratos que vemos tanto por aí.

Além disso, podemos ser quem denuncia, recolhe e cuida dos animais maltratados. Cada voluntário, cada par de mãos ajudando no abrigo é fundamental para o funcionamento das sociedades protetoras dos animais e dos canis, e salva, literalmente, vidas.

Com pena, não podemos fazer nada disso. A pena nos paralisa e nos impede de agir, e um animal abandonado e maltratado precisa de alguém que aja por ele. 


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.