Três dicas para prevenir a leptospirose em animais de estimação

Das muitas doenças que os animais podem transmitir aos humanos, a leptospirose é uma das mais difundidas. Embora não cause problemas graves, é importante trabalhar na sua prevenção.
Três dicas para prevenir a leptospirose em animais de estimação
Juan Pedro Vazquez Espeso

Escrito e verificado por o veterinário Juan Pedro Vazquez Espeso.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Quando vamos ao veterinário para atualizar as vacinas de rotina dos nossos animais de estimação, certamente ouvimos falar sobre a leptospirose. Essa doença, com potencial zoonótico, ou seja, transmissível ao homem, está prevista em todos os calendários de vacinação.

Não é para menos, já que é considerada uma das zoonoses mais difundidas no mundo todo. A seguir, vamos falar sobre alguns conselhos para prevenir a leptospirose em animais de estimação.

Leptospirose e meio ambiente

Para prevenir qualquer doença, é essencial conhecer sua relação com o meio ambiente. Se não soubermos como o agente causador se desenvolve no ambiente, dificilmente poderemos trabalhar na prevenção de forma eficaz. Portanto, vamos comentar brevemente a relação dessa bactéria com o meio ambiente.

Três dicas para prevenir a leptospirose em animais de estimação

Um dos ambientes mais favoráveis ​​para o agente causador da leptospirose são águas paradas e lamaçais. Por isso, precisamos ter cuidado com os locais onde permitimos que os nossos cães se banhem.

A leptospirose é uma doença causada pela bactéria  Leptospira spp. Dentro desse gênero, existem várias espécies patogênicas que causam a doença.

Quanto aos animais de estimação, pode afetar cães, gatos , ratos, ouriços… embora nos últimos geralmente não faça parte do diagnóstico diferencial de rotina devido aos hábitos de vida em casa.

É transmitida por contato direto com um animal infectado ou também indiretamente, através de suas secreções.

  • Contato direto: contágio sexual, mais frequente do macho para a fêmea, através do sêmen. Também através de fetos infectados e restos placentários.
  • Contato indireto: quando há exposição à bactéria em ambientes favoráveis ​​onde ela possa ter sobrevivido. Se um animal infectado eliminar a bactéria, ela pode permanecer por mais ou menos tempo no ambiente com capacidade infecciosa.

As características ambientais favoráveis ​​para a sobrevivência dessa bactéria são as seguintes:

  • Clima quente, entre 10 e 35 °C, ela não consegue resistir bem a temperaturas extremas.
  • Outra condição ambiental essencial é a umidade. São necessários ambientes úmidos, com fontes de água parada ou terreno pantanosoNas águas em movimento, sua sobrevivência e reprodução ficam mais comprometidas.
  • Outro fator lógico é a densidade da população animal. Conforme já vimos, trata-se de uma bactéria excretada pelos seres vivos infectados. Assim, não importa quanta água parada e quente tivermos, ela nunca será contaminada pelas leptospiras até que algum animal doente urine nessa água, por exemplo.

Dicas para prevenir a leptospirose em animais de estimação

Agora que já compreendemos um pouco sobre o funcionamento dessa bactéria, será mais fácil compreender os mecanismos envolvidos na sua prevenção.

Vacinação

Sem sombra de dúvida, essa certamente é a medida principal e também a mais eficaz para a prevenção dessa e de dezenas de outras doenças. A vacina contra a leptospirose em cães, os animais domésticos mais propensos a contraí-la, faz parte de todos os protocolos usuais de vacinação.

Existem certas regras padronizadas em relação ao calendário de vacinação, embora cada veterinário clínico tenha certa liberdade para proceder de acordo com seus próprios critérios. No entanto, considera-se que a vacinação deve ser pelo menos anual, visto que a manutenção da imunidade pós-vacinal foi estabelecida em torno de 10 meses.

Para animais de risco, tais como cães de caça ou cães pastores, recomenda-se a vacinação pelo menos a cada 6 meses.

Isso é especialmente importante em áreas onde os critérios descritos acima são atendidos, ou seja, áreas temperadas e úmidas. Se algum dos nossos leitores estiver nos seguindo de áreas desérticas, saiba que você não precisará se preocupar muito com essa doença.

Três dicas para prevenir a leptospirose em animais de estimação

Controle nas comunidades

É preciso ser especialmente cuidadoso em áreas onde exista uma alta densidade de animais: abrigos, canis, sociedades protetoras, casas ou qualquer outro lugar com um grande número de animais em um espaço pequeno.

É importante ter extremo cuidado e higiene nesses ambientes. A limpeza deve ser frequente para evitar que, caso algum animal esteja doente, as bactérias excretadas por ele permaneçam no ambiente e infectem outros indivíduos. Usar grades e terrenos inclinados pode ser uma medida útil para evitar a presença de poças e água parada.

Sem dúvida, os animais doentes devem ser completamente isolados de seus congêneres. Devido ao potencial zoonótico da bactéria, os animais infectados e suas secreções (principalmente a urina) devem ser manuseados com muito cuidado.

Controle de roedores

Os roedores, tais como ratos e camundongos, provaram ser um vetor transmissor muito importante da leptospirose. Por causa do seu comportamento curioso e esquivo, eles são capazes de entrar em praticamente qualquer ambiente, onde haverá o risco de contaminação através da urina.

Por esse motivo, é interessante controlar o acesso desse tipo de roedor a áreas onde os nossos animais de estimação vivem.

Como vimos, a leptospira é uma bactéria que pode ser facilmente preservada e reproduzida em muitas áreas geográficas. Tendo em vista o seu potencial zoonótico, é de especial interesse fazer a nossa parte para trabalhar na sua prevenção.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.