É verdade que os cães cheiram o medo?

É verdade que os cães cheiram o medo?
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Certos animais ficaram muito famosos em certas mitologias graças a suas capacidades sensoriais. Também, na crença popular, diz-se que os cães “sentem o cheiro” do medo. Mas há algo de verdade em tudo isso?

Classicamente, criou-se uma única verdade: que somente os humanos eram suficientemente inteligentes para possuir certos talentos. Por sorte, o desenvolvimento da ciência veterinária demonstra que o instinto dos animais pode representar outro tipo de inteligência.

A observação do comportamento animal pode ajudar a desfazer muitos preconceitos humanos. E sim, de fato, os cães cheiram o medo, é mais uma prova de sabedoria que possuem os ditos populares.

Medo tem cheiro? Como o os cães o percebem?

Está mais do que provado que os cães possuem um  olfato bem mais sensível e aguçado do que os humanos e que outros muitos integrantes do reino animal. Por isso, cães são utilizados em missões como detecção de armas, drogas e bombas. Será por isso que os cães cheiram o medo?

Para oferecer uma resposta, tenta-se explicar a capacidade dos cães de cheirar o medo, através de experiências científicas.

Cachorrinho deitado na areia

A sabedoria popular afirma que os cães e alguns outros animais seriam capazes de saber quando uma pessoa tem medo deles através do cheiro. Por isso, um cavalo pode não permitir que alguém o monte. De modo que um cão pode apresentar uma conduta defensiva frente a alguns humanos.

O medo tem cheiro?

Se os cães cheiram o medo, é porque existe um cheiro característico deste sentimento. Somente desta maneira os animais poderiam reconhecê-lo por meio do olfato. Mas, se há um cheiro de medo, qual seria?

A justificativa mais aceita atualmente se baseia na capacidade olfativa de reconhecer os indícios somáticos do medo. O sentimento de medo é basicamente uma defesa do organismo. Isso permite estar alerta frente a possíveis ameaças.

Então, se alguém se vê em uma situação perigosa, o organismo libera uma série de  hormônios para preparar o corpo para a reação frente à ameaça externa. Estes hormônios são liberados no sangue e nos fluidos corporais, como a urina e o suor.

A presença desses hormônios altera o cheiro característico de uma pessoa. E, como os cães reconhecem o medo a partir do olfato, poderiam reagir frente a certos aromas raros. Essa seria a primeira explicação do porquê dos cães cheirarem o medo.

Mais explicações sobre por que os cães cheiram o medo

Mas os sintomas físicos do medo não estão somente no cheiro. Também estão na transpiração excessiva, aumento do ritmo cardíaco, inquietude ou nervosismo, alterações na temperatura corporal, tom de voz alterado, boca seca…

Todas estas são reações naturais do corpo e alertas de auto-preservação e de sobrevivência.

Quando os cães cheiram o medo, também é porque seus sentidos (em especial o olfato e a audição) reconhecem estes indícios. O suor possui um cheiro característico, enquanto o aumento do ritmo cardíaco pode ser percebido pelos cães e sua audição privilegiada. A combinação destes fatores pode deixar um cão mais alerta.

Por isso, não é recomendável forçar a interação com um cão caso a pessoa se sentir ameaçada pelo animal. Não é que os cães possam se aproveitar dessa condição para agredir, mas seu instinto de autopreservação pode fazer com que eles reajam por prevenção.

Animais e catástrofes naturais

Outra curiosidade que se baseia na mesma lógica é a afirmação de que alguns animais, principalmente os cães, poderiam  pressentir as catástrofes naturais.

Essa afirmação ganhou ainda mais força após certos grupos de cientistas de diferentes países observarem alterações no comportamento dos animais, semanas antes de catástrofes naturais.

O organismo dos animais é capaz de sentir indícios de alterações na composição do solo e do ar.

Por um lado, a emissão de gases aumentaria a quantidade de íons positivos no ambiente. Isso provocaria a produção de um hormônio similar à adrenalina. Por isso, os animais se agitam e tentam fugir.

Por outro lado, aves e mamíferos, como chimpanzés e elefantes, também perceberiam as vibrações sísmicas produzidas pela intensificação do movimento de placas tectônicas.

Essa seria a explicação de por que os animais se tornam hiperativos quando expostos a  mudanças em seu habitat. E podem, até mesmo, chegar a pressentir catástrofes naturais.

Fonte da imagem principal: ** Parapluie **


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