A importância da cadeia alimentar na natureza

A chegada de uma espécie invasora ou a extinção de uma espécie podem alterar a cadeia alimentar e, por consequência, o ecossistema, ainda que ele possa acabar se estabilizando.
A importância da cadeia alimentar na natureza
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Quando falamos sobre grandes ecossistemas, tais como as selvas da Costa Rica ou as savanas de Moçambique, temos a certeza de que estamos falando de locais de tremenda riqueza. No entanto, nem todo mundo conhece o papel da cadeia alimentar na regulação dessas populações.

O que é a cadeia alimentar?

A quantidade de animais de cada espécie que existe na natureza depende, em grande parte, da cadeia alimentar. Isto é, de quem se alimenta de quem. A chamada estrutura trófica define os diferentes níveis que existem em um ecossistema: as plantas são os chamados produtores primários, os herbívoros, os consumidores primários, e os carnívoros, os consumidores secundários.

Em resumo, estamos falando sobre as relações entre os seres vivos que são negativas para alguns animais mas, ao mesmo tempo, positivas para outros. Essas relações não são meramente teóricas, porque elas levam ao que podemos perceber quando saímos para observar a vida selvagem: vemos muitíssimas plantas, muitos pássaros pequenos e poucas aves de rapina.

O que é a cadeia alimentar

A complexidade da cadeia alimentar

A cadeia alimentar é um conjunto de relações muito complexas que não estão isoladas. Não se trata simplesmente de que o lobo coma a corça e de que ela coma a grama: os animais onívoros, por exemplo, podem comer outros animais e também plantas.

Isso significa que os efeitos causados pela extinção de uma espécie não são fáceis de prever: o desaparecimento do lobo deveria incentivar o surgimento de herbívoros, quando na verdade isso pode fazer com que o número de um deles aumente exponencialmente, fazendo o restante desaparecer.

Às vezes, o desaparecimento de animais como os predadores, por exemplo, gera efeitos indiretos sobre as espécies que não são as que eles comem: isto é o que chamamos de cascata trófica, e o melhor exemplo disso é o Parque Nacional de Yellowstone.

Após o desaparecimento dos lobos neste parque, a quantidade de cervos canadenses aumentou enormemente, o que mudou todo o ecossistema. O reaparecimento do lobo fez com que a população deles diminuísse, o que reduziu a erosão dos rios e fez com que houvesse o nascimento de novas florestas, o que também levou ao retorno de muitas espécies.

Às vezes, o impacto de uma espécie sobre os ecossistemas não se deve aos seus efeitos na cadeia alimentar, mas sim à sua mera abundância e sucesso. Um exemplo disso são as espécies invasoras introduzidas em locais sem predadores, como aconteceu com os coelhos na Austrália. Outras espécies, como os castores, por exemplo, provocam mudanças físicas diretas no ecossistema.

A complexidade da cadeia alimentar

Quando as cadeias alimentares mudam

Todas essas mudanças na cadeia alimentar podem ser permanentes, como é o caso de uma extinção. Nesse caso, várias espécies costumam ser afetadas, embora o ecossistema acabe se estabilizando.

Mesmo quando uma espécie invasora chega, os ecossistemas podem acabar se estabilizando. No entanto, na maioria das ocasiões, as espécies invasoras são dramáticas para a natureza.

Um exemplo foi a introdução da cobra-arbórea-marrom nas florestas de Guam, que causou a extinção de 12 espécies de aves. Essas aves espalhavam sementes, então as florestas também estão sendo afetadas, juntamente com a capacidade do ecossistema de armazenar carbono.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.