Konrad Lorenz e os padrões de comportamento animal

O cientista Konrad Zacharias Lorenz foi um zoólogo austríaco. Seu trabalho excepcional em comportamento animal lhe rendeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1973.
Konrad Lorenz e os padrões de comportamento animal
Luz Eduviges Thomas-Romero

Escrito e verificado por a bioquímica Luz Eduviges Thomas-Romero.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Konrad Lorenz, um zoólogo austríaco, é considerado o fundador da etologia moderna. Esse cientista foi pioneiro no estudo do comportamento animal usando métodos zoológicos comparativos.

Suas ideias ajudaram a entender como os padrões comportamentais podem ser rastreados até um passado evolutivo. Além disso, ele era conhecido por seu trabalho sobre as raízes da agressão em humanos.

Konrad Lorenz compartilhou o Prêmio Nobel de 1973 em Fisiologia ou Medicina com os especialistas em comportamento animal Karl von Frisch e Nikolaas Tinbergen.

Ambiente familiar e educação

Konrad Zacharias Lorenz nasceu em 7 de novembro de 1903. Ele foi criado em Viena e também na propriedade de verão da família em Altenberg, uma vila no rio Danúbio, na Áustria.

Foi o filho mais novo de Adolf Lorenz, cirurgião ortopédico de sucesso, e Emma Lecher Lorenz, médica. Desde tenra idade, Konrad gostava de ter e observar animais.

Lorenz concluiu seus estudos em uma das melhores escolas secundárias de Viena. Sua amiga de infância, Margaret Gebhardt, também se interessava pelos animais. Então, em 1939, eles se casaram e tiveram duas filhas e um filho.

O jovem Lorenz se formou na Universidade de Viena como Doutor em Medicina em 1928 e foi nomeado professor assistente no Instituto de Anatomia até 1935. Também começou a estudar zoologia, uma área na qual obteve doutorado em 1933, na mesma universidade.

Konrad Lorenz morreu de insuficiência renal em 27 de fevereiro de 1989 em Altenberg, na Alemanha.

Carreira e conquistas

A partir das suas observações feitas entre 1935 e 1938, Lorenz estabeleceu o conceito de imprintingO imprinting é o processo pelo qual um bebê – em seus primeiros momentos da vida – segue um objeto, geralmente sua mãe biológica.

Ele chegou a esse conceito observando pássaros (gansos e gralhas). No processo, descobriu que, pouco tempo após a eclosão, os filhotes são geneticamente inclinados a identificar o som e a aparência da mãe e, assim, formar um vínculo permanente com ela.

Em 1940, foi nomeado professor de psicologia na Universidade de Königsberg. Entretanto, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) logo interrompeu a sua carreira acadêmica.

Carreira e conquistas

O processo de imprinting sugere que o apego entre mãe e filhote é inato e programado geneticamente.

Experiências de guerra de Konrad Lorenz

Durante a guerra, Konrad Lorenz serviu como médico no exército alemão. Ele foi capturado em 1942 e foi mantido como prisioneiro de guerra da União Soviética por seis anos.

Retornou à Áustria em 1948 e chefiou o Instituto de Etologia Comparada em Altenberg, de 1949 a 1951. Em 1950, estabeleceu um departamento de etologia comparada no Instituto Max Planck em Buldern, Vestfália, e se tornou codiretor do Instituto em 1954.

De 1961 a 1973, ele atuou como diretor do Instituto Max Planck de Fisiologia Comportamental em Seewiesen. Em 1973, ano do seu Prêmio Nobel, Lorenz se tornou diretor do departamento de sociologia animal do Instituto de Etologia Comparada da Academia Austríaca de Ciências em Altenberg.

As ideias de Konrad Lorenz sobre a agressão em humanos

As ideias de Konrad Lorenz sobre a agressão em humanos

Na última parte da sua carreira, Lorenz aplicou suas ideias ao comportamento dos seres humanos como membros de uma espécie social. As ideias do cientista constituíam uma hipótese com implicações filosóficas e sociológicas altamente controversas.

Gerando muita polêmica, Lorenz chegou ao ponto de argumentar que os comportamentos de guerra e bélicos na humanidade têm uma base inata. Lorenz explicou que esse comportamento pode ser modificado ambientalmente por vários fatores.

Em resumo, os conceitos de Lorenz abriram o caminho para a compreensão científica moderna de como os padrões comportamentais evoluem em uma espécie. Especialmente em relação ao papel dos fatores ecológicos e ao valor adaptativo do comportamento para a sobrevivência das espécies.

Seu trabalho foi pioneiro na concepção de que as espécies animais se organizam geneticamente para aprender tipos específicos de informações que são importantes para sua sobrevivência.


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