Lagosta-das-árvores: o inseto mais estranho do mundo

A lagosta-das-árvores é a espécie mais estranha do mundo entre os invertebrados; não apenas por sua aparência e tamanho grande, mas também por seu hábitat tão remoto, uma imensa ilha de terreno íngreme da Austrália.
Lagosta-das-árvores: o inseto mais estranho do mundo

Última atualização: 28 novembro, 2019

A lagosta-das-árvores (Dryococelus australis) é um animal que era considerado extinto desde 1920 e do qual atualmente foram encontrados alguns exemplares na remota e desabitada ilha Pirâmide de Ball (Austrália). Por isso, e por sua aparência incomum e seu grande tamanho, ela é considerada o inseto mais estranho do mundo.

Aparência física e comportamento da lagosta-das-árvores

A lagosta-das-árvores é incapaz de voar e tem um corpo alongado, pesado, robusto e de cor marrom escuro brilhante. Pode chegar a medir até 15 centímetros e pesar 25 gramas, e as fêmeas costumam ser maiores que os machos.

Por outro lado, os machos têm as patas mais grossas e as antenas mais finas em comparação com as fêmeas.

As suas grandes patas permitem que as lagostas-das-árvores corram em uma velocidade muito alta para um inseto. Os exemplares jovens são de cor verde brilhante e começam a passar para o estado adulto depois de sete meses de vida. Sua expectativa de vida oscila entre 12 e 18 meses.

Lagosta-das-árvores: o inseto mais estranho do mundo
Lagosta-das-árvores jovem. Fonte: www.zoo.org.au

As lagostas-das-árvores são uma espécie herbívora. Foi relatado que elas se alimentam de uma grande variedade de plantas, mas na ilha da Pirâmide de Ball, só comem as pontas das folhas de uma espécie de arbusto, o Melaleuca howeana.

São animais tipicamente noturnos, embora os jovens tenham a tendência de ser ativos durante o dia.

Como curiosidade, as lagostas-das-árvores não apenas se reproduzem de maneira sexuada, mas também podem se reproduzir assexuadamente, por meio da partenogênese. Portanto, em alguns casos, os ovos não fertilizados podem eclodir nas fêmeas sem a necessidade de um exemplar macho.

O acasalamento dessa espécie de inseto ocorre três vezes por noite e pode levar 20 minutos por vez. A fêmea enterra os ovos na terra com o seu abdômen. Cada lote contém aproximadamente 10 ovos e ela põe os ovos a cada 7-10 dias. Uma fêmea de lagosta-das-árvores pode pôr até 300 ovos durante toda a sua vida.

As lagostas-das-árvores têm alguns comportamentos pouco habituais. Elas costumam formar uma espécie de corrente em que os machos seguem as fêmeas. Além disso, na hora de dormir, machos e fêmeas se juntam em pares; o macho abraça a fêmea com três de suas patas.

O lugar remoto onde elas habitam

O habitat natural da lagosta-das-árvores, antes da sua suposta extinção, era a Ilha de Lord Howe, na Austrália. No entanto, em 1920 acreditava-se que elas estavam extintas pela introdução acidental de ratos na ilha, pois eles comeram todos os insetos dessa espécie.

Contudo, uma pequena população de 24 lagostas-das-árvores foi encontrada em 2001 por uma equipe de entomólogos. O lugar dessa descoberta surpreendente foi em um arbusto na ilha vulcânica conhecida como Pirâmide de Ball, a 23 quilômetros da Ilha de Lord Howe.

O lugar remoto onde a lagosta-das-árvores habita

A Pirâmide de Ball é um pedaço de terra de 56 quilômetros quadrados, tão íngreme que mede quase o dobro da Torre Eiffel (560 metros).

Devido às suas exuberantes beleza e riquezas naturais, o lugar foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1982. Agora, ele é o santuário das lagostas-das-árvores.

Em seu hábitat original, na Ilha de Lord Howe, esses insetos viviam em áreas arborizadas e se abrigavam dentro dos troncos das árvores. Atualmente, em seu novo hábitat, onde não há nenhuma árvore, eles se abrigam entre o acúmulo de escombros debaixo dos arbustos da ilha.

Um pouco diferente, mas essencialmente o mesmo

As lagostas-das-árvores encontradas em 2001 diferiam morfologicamente daquelas descritas antes de 1920. Entretanto, a comparação do DNA mitocondrial entre os novos exemplares e os antigos conservados em um Museu Histórico da Austrália indicou que são a mesma espécie.

Lagosta-das-árvores
Exemplar dissecado da lagosta-das-árvores no Museu de História Natural de Londres. Fonte: www.nhm.ac.uk

Esta fantástica descoberta mostra a fragilidade das espécies que habitam ecossistemas insulares. No entanto, também demonstra que na natureza existem segundas chances e que a adaptação biológica é um mecanismo bastante eficaz.

No entanto, isso não quer dizer que não devemos lhes dar uma pequena ajuda. Dois casais reprodutores da lagosta-das-árvores foram extraídos em 2003 para se reproduzirem em cativeiro. Em 2007 a população em cativeiro chegou a 700 exemplares e foram colocados 11.376 ovos.


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  • Department of Sustainability, Environment, Water, Population and Communities (2013). Dryococelus australis. Species Profile and Threats Database. Canberra: Department of Sustainability, Environment, Water, Population and Communities.


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