Champi, o cachorro enfermeiro

Champi, o cachorro enfermeiro

Última atualização: 09 março, 2022

O seu nome é Champi e ele gosta de ser enfermeiro. A desvantagem é que ele é um cachorro. Quando se deu conta de que levavam ele ao seu dono, um idoso de 89 anos, ao hospital Rainha Sofía de Murcia, tomou a decisão de acompanhar seu velho protetor até o centro hospitalar, onde, como era lógico de pensar, não o deixaram entrar.

Guarda na porta do hospital do cachorro enfermeiro

Entretanto o animal não se foi, e quis ficar de guarda na porta e esperar que dessem alta para o seu dono. Lá tem estado, quase sem se mover, dois dias e duas noites, diante do espanto dos transeuntes e o pessoal de saúde, lá se manteria firme, se os funcionários do canil municipal não tivessem avisado aos filhos de seu dono para que o levassem para seu apartamento, próximo ao hospital.

Seu nome, Champi, é um diminutivo de “Champion”. No que se refere a sua raça, ela é o cruzamento entre pastor alemão e vira-lata. Ainda que sua última ação na porta do hospital tenha sido excessiva, a verdade é que é a primeira vez que faz isso. Também faz alguns meses, porque seu dono teve pedras nos rins, esteve um tempo na porta do centro. Agora ele repetiu o mesmo comportamento.

O animal ganhou a simpatia de todos, e não faltou a ele água, comida e carinho durante todo o tempo em que esteve fazendo guarda na rua. Já faz dois anos que ele foi adotado para que servisse de terapia para a mulher de seu atual dono, uma senhora idosa que se encontrava em fase terminal de uma doença que havia contraído. Como vemos, a vocação de enfermeiro acompanha Champi desde muito tempo.

Apoio social ao cachorro enfermeiro

O canil municipal não quer que Champi fique na porta do hospital mas, desde que ficou famoso, muitas pessoas se aproximam do lugar para conhecer esse pequeno cachorro e dar a ele comida e afeto. Contudo, Champi não é um animal abandonado e Sergio, filho de seu dono, descia às vezes para a rua para ver como estava o animal de estimação e para que não faltasse a ele nenhum alimento.

Foi tanto o alvoroço causado pelas pessoas que se aproximavam para tirarem foto com Champi, que os técnicos do canil municipal foram à porta do hospital e comunicaram que o animal não podia permanecer ali ou, caso contrário, teriam que tirar ele à força.

As reações começaram e muitas pessoas foram contra a remoção de Champi para o canil. Sergio teve que levá-lo para casa. Amigos da família asseguraram que o animal “não está acostumado a estar sozinho, pois sempre ia a todos os lugares com eles”. Além disso, afirmam que “o pobre cão não para de ladrar porque ele só quer esperar o seu dono no hospital”.

As redes sociais

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Foto:

Os fóruns e redes na Internet se encheram de comentários sobre a história de Champi, principalmente desde que foi obrigado a abandonar a porta do hospital. “Que nojo dessas pessoas, a rua é livre e não é um animal abandonado. Deveriam ter aberto uma exceção e deixar o cachorro no quarto do dono enquanto se recupera”, afirma Vanesa Marín, enquanto que Paqui Sánchez diz: “Tantos cachorros vagam sem dono pela rua e não os recolhem… e esse que está esperando seu dono incomoda essas pessoas, que absurdo. Mais útil seria que se ocupassem dos cachorros abandonados e deixassem que o pobre Champi visse seu dono sair”.

“Incomoda a eles esse cachorro que espera o seu dono na porta do hospital, mas não lhes incomoda os cachorros que estão sujos, fedorentos e sem comer jogados pelas ruas. Sinto uma vergonha alheia.” Garante no Facebook Mari Trini Rocamora. Amparo Hernández frisa que “se eu estivesse internada no hospital como o dono de Champi e deixassem que minhas duas cachorrinhas subissem para me ver, acho que que recuperaria apenas por ver que precisam de mim. Por favor, deixem que esse pobre animal veja seu dono, que garanto será muito benéfico para ambos.”

“O que incomoda é ver como os animais amam até o final e são capazes de estar anos à espera de alguém, coisa que falta no ser humano… por isso, lhes incomoda, porque vê-lo lá os faz refletir sobre esses sentimentos inconscientes e com que sintam-se mal.”, afirma Noelia Ortiz. Lorena Jiménez faz o seguinte comentário: “Obriga-se uma pessoa a prender seu cachorro porque espera por seu dono na porta do hospital (quando o animal pode ser inclusive terapêutico para o seu dono), mas diante daqueles que abusam, maltratam e abandonam seus animais, não fazem nada… Continuemos assim, para ver quem tem o comportamento mais animal”.

Infelizmente, Champi já não poderá se reencontrar com o seu amado dono, pois o homem já faleceu e sua história não terá um final feliz. Porém, sua caminhada continuará junto a Sergio.


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