O que é a coevolução?

Quando dois organismos estão constantemente relacionados e evoluem em conjunto, a natureza nos surpreende agradavelmente através do fenômeno da coevolução.
O que é a coevolução?
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez.

Última atualização: 15 dezembro, 2022

A coevolução é um desenvolvimento no qual o processo evolutivo atua sobre duas espécies que participam das relações entre os seres vivos, como a simbiose ou a predação.

A evolução continua a ser um processo de mudança geração após geração, e a teoria da coevolução defende que as mudanças de uma espécie podem afetar outra espécie e, por sua vez, as mudanças da segunda atuam sobre a primeira.

Em casos como a predação, isso levou às chamadas “corridas armamentistas”, nas quais a presa ganha vantagens evolutivas para escapar do predador e o predador obtém novas armas para caçá-la.

Exemplos de coevolução: diversidade de flores

Para Charles Darwin, um dos maiores mistérios da natureza foi a enorme diversidade de flores e, segundo a sua teoria, a coevolução com os polinizadores estaria por trás dessa variedade. Dessa forma, plantas polinizadas por insetos desenvolveriam adaptações para garantir sua polinização, enquanto os insetos coletariam novamente o pólen e o néctar.

As características que teriam coevoluído na parte das flores seriam o aroma, o formato ou a cor. Portanto, algumas orquídeas têm a forma de uma fêmea de inseto para enganar os machos.

Muitos insetos, como as vespas, evoluíram até o ponto em que existem vespas específicas que polinizam espécies específicas de figos.

Exemplos de coevolução: diversidade de flores

Isso também ocorre nas aves, e os beija-flores coincidem em sua eclosão com o florescimento das plantas que consomem. São flores mais coloridas e cuja forma se adapta até o bico dos pássaros.

A coevolução de formigas e cucos

Outro dos exemplos mais curiosos é a relação entre acácias e formigas, que atacam os herbívoros que tentam comer a acácia. Em alguns casos, eles libertam a árvore de plantas parasitas, enquanto a acácia fornece néctar e abrigo. Isso levou algumas formigas a se adaptarem a viver sob a casca dessas árvores.

Por outro lado, o cuco é outro animal cuja coevolução é mais marcante. Ocorre em todos os parasitas, mas este caso é particular porque é um parasita que faz com que outras aves criem seus descendentes.

As aves parasitadas tendem a destruir outros ovos, de modo que o cuco coloca ovos semelhantes aos pássaros cujo ninho ele parasita, além de ter uma casca mais dura, um curto período de incubação e um lado achatado para que não caia.

Os pinheiros em pé de guerra

Um caso curioso são os pinheiros das Montanhas Rochosas: enquanto os esquilos-vermelhos roem as escamas, a loxia introduz seu bico sob as mesmas para extrair as sementes.

Pássaro em pinheiro

O pinheiro desenvolveu defesas contra os dois predadores: onde há mais esquilos, as pinhas são mais duras e têm menos sementes, enquanto onde a loxia é mais comum, as pinhas têm escamas mais grossas.

A coevolução de morcegos e traças

A grande guerra evolucionária está ocorrendo entre as traças e os morcegos, o que nos dá uma história fascinante sobre a importância da cadeia trófica na natureza: os últimos emitem ultrassons para localizar os insetos. No entanto, existem traças que são capazes de detectar esses ultrassons e alterar seus padrões de movimento para evitá-los.

Algumas traças têm refinado esta técnica ao extremo, e emitem seu próprio ultrassom para confundir os morcegos, o que garante que estes animais não sejam capazes de pegá-las, o que novamente nos mostra o quão fantástico é o mundo animal.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Ehrlich, P. R., & Raven, P. H. (1964). Butterflies and plants: a study in coevolution. Evolution18(4), 586-608.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.