Peixes estranhos: a quimera das profundezas

Nas profundezas dos oceanos existem inúmeros animais estranhos e desconhecidos, como a quimera das profundezas.
Peixes estranhos: a quimera das profundezas
Érica Terrón González

Escrito e verificado por a veterinária Érica Terrón González.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A quimera das profundezas (ou simplesmente “quimera”) é diferente dos outros peixes de muitas maneiras. Esse animal curioso está espalhado pelo mundo todo, entre os 100 e os 1.700 metros de profundidade. No verão, às vezes sobe à superfície, mas no inverno procura as profundezas, onde as variações de temperatura são menores.

A sua aparência é bastante marcante, pois ela possui olhos grandes, uma cabeça mais proeminente que o restante do corpo e uma barbatana caudal bastante longa. E como podem medir entre um e dois metros, receberam a denominação de “monstro submarino”.

Aspectos gerais

Esses animais estranhos fazem parte do grupo dos quimeriformes, uma ordem de peixes cartilaginosos. Seu crânio os diferencia dos outros peixes abissais, razão pela qual constituíram uma subclasse própria: a dos holocéfalos. Nessa subclasse, são acompanhados por outros peixes conhecidos como “tubarões-fantasma“.

Atualmente, existem apenas 47 espécies de quimeriformes.

Características da quimera das profundezas

Conforme mencionamos anteriormente, a sua aparência é extremamente estranha:

  • Em primeiro lugar, ela tem uma grande cabeça protuberante. Nela, é possível perceber um rosto grotesco devido ao aspecto dado pelos dois canais mucosos. A sua mandíbula superior está fundida com o restante do crânio.
  • Em segundo lugar, tem uma cauda longa e fusiforme, característica de muitos peixes das profundezas.
  • Em terceiro lugar, os seus olhos são verdes fosforescentes, cheios de fotorreceptores para otimizar a sua visão nas profundezas.
Peixes estranhos: a quimera das profundezas
Chimaera monstrosa. Por: Andy Murch – ELASMODIVER

Foram essas características que lhe deram o nome de “quimera”, lembrando os monstros da mitologia grega compostos por partes de vários animais.

Atingem até dois metros de comprimento, dos quais a maioria corresponde à sua cauda desproporcional. E as fêmeas são maiores. Seu corpo é desprovido de escamas, compactado lateralmente, desenvolvido no comprimento e fortemente afinado em direção à cauda.

Seu esqueleto é cartilaginoso, como os dos elasmobrânquios – tubarões e arraias. Mas possuem apenas duas aberturas branquiais, aproximando-se assim dos peixes ósseos. 

Peixes estranhos: a quimera das profundezas

Os adultos não têm espiráculo, presente apenas durante o desenvolvimento embrionário.

Outra de suas características mais marcantes é o espinho na parte dianteira da coluna dorsal. Com ele, podem causar feridas profundas e até mesmo inocular veneno em predadores.

Sua picada é muito dolorosa, mas não é fatal para o homem, a menos que se trate de alguém alérgico.

Alimentação

Alimentam-se de moluscos e outros pequenos animais no fundo do mar, tais como caranguejoscamarões ou estrelas do mar. Além disso, possuem dentes que são verdadeiros trituradores.

Reprodução da quimera das profundezas

Elas têm clásperes que atuam como órgãos sexuais externos masculinos E, às vezes, um pequeno “pseudo-cásper” na cabeça, da mesma forma que alguns tubarões pré-históricos.

Os machos aproveitam essa protuberância carnosa que possuem entre os olhos para segurar as fêmeas durante a cópula.

A fêmea deposita os ovos e os enterra na areia. Cada ovo fica dentro de uma cápsula córnea coberta de pelos.

Chimaera monstrosa: a quimera das profundezas

Fonte: Base de dados de terminologia e identificação de espécies de pesca na costa da Andaluzia.

É uma espécie de quimera típica do nordeste do Oceano Atlântico e do Mar Mediterrâneo. Além disso, parece preferir a plataforma continental superior entre 300 e 500 metros de profundidade.

No Mar Mediterrâneo, essa espécie é encontrada em profundidades superiores a 100 metros, mas é mais abundante entre os 500 e os 800 metros. Existem referências de espécimes a 650 metros de profundidade no Mar das Baleares. E a 800 metros de profundidade no Mar Jônico.

É um peixe que, às vezes, é capturado por pescadores, embora geralmente seja descartado na maioria dos casos. No entanto, pouco a pouco, está começando a ser comercializado.


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