Pela primeira vez na Argentina, clonam um animal em extinção

Pela primeira vez na Argentina, clonam um animal em extinção

Última atualização: 16 novembro, 2015

Diariamente escutamos ou lemos como um número alarmante de espécies animais ou vegetais se encontram em perigo de extinção. As causas são muitas, mas as mais relevantes se associam com fatores climáticos e humanos.

Por isso, pesquisadores de todo o mundo se veem diante da tarefa de encontrar métodos para preservar o meio ambiente.

Um exemplo deste tipo investigações são os realizados por um grupo de cientistas argentinos pertencentes à Universidade de Buenos Aires. Os cientistas, em seu intento de preservar a biodiversidade, clonaram embriões do Guepardo asiático.

A seguir, compartilharemos alguns detalhes sobre os alcances deste feito para preservar as espécies de animais em extinção.

No que consistiu a pesquisa?

Leopardo

O cientista principal, Daniel Salamone, afirmou em diferentes mídias que a equipe está trabalhando nas espécies não nativas, mas que seu objetivo de estudo é evitar a extinção das espécies nativas, como o Jaguar.

“O zoológico de Buenos Aires conta com um banco de dados genético no qual todas as suas espécies estão conservadas, tanto as nativas quanto as exóticas. Pegamos deste banco de dados genético as células da pele do Guepardo e pudemos produzir embriões. Obtivemos sucesso, e conseguimos uma técnica válida de clonagem”, expressou Salamone.

Em primeiro lugar, os investigadores clonaram gatos domésticos antes de tentar felinos selvagens. Até o momento, a equipe teve êxito na clonagem do Tigre asiático, do Guepardo e do Tigre de bengala.

Segundo Salamone, a técnica de clonagem usada pelos cientistas será capaz de produzir clones com um alto número de células mãe.

Por outro lado, a cientista Luzia Mouro acredita que a técnica utilizada pela equipe poderá ser empregar para clonar outras espécies de felinos, sempre e quando o material genético destes animais se encontrar disponível e a qualidade das células permitir.

Cabe destacar que, apesar dos resultados da investigação científica terem obtido êxito, o projeto não foi além das etapas embrionárias. Isto se deve às regras e às normas éticas estabelecidas por diferentes associações que permitem que este tipo de descoberta se estenda apenas até o estágio embrionário.

Clonagem para preservar espécies de animais em extinção

Leoa com filhote

Em 2009, uma empresa brasileira e o Parque zoológico de Brasília, começaram a congelar sangue, esperma e células do cordão umbilical de vários animais selvagens que tinham morrido.

As amostras foram recolhidas de um Urso-formigueiro, um bisão e um veado cinza, entre outras espécies. A ideia era preservar a informação genética da vida silvestre em perigo de extinção no Brasil.

Logo depois de nutrir um amplo banco de dados, as organizações se deram conta de que podiam utilizar o DNA recolhido para clonar animais em perigo de extinção e reforçar aquelas populações cada vez mais escassas.

Até o momento, as duas instituições compilaram pelo menos 420 amostras de tecido e estão trabalhando em um projeto que vai utilizar o DNA destas amostras para melhorar as técnicas de criação e clonagem.

As técnicas de clonagem atuais têm uma taxa de êxito médio menor do que 5%, quando se trabalha com espécies conhecidas. No caso dos animais selvagens, o êxito, em general, é de apenas 1%.

Muitos pesquisadores concordam que, na atualidade, a clonagem não é uma estratégia de conservação factível, nem eficaz.

Em primeiro lugar, alguns conservacionistas assinalam que a clonagem não aborda as razões pelas quais muitos animais se encontram em perigo de extinção.

Alguns cientistas sustentam que para que a clonagem tenha êxito, devem existir, pelo menos, três componentes essenciais:

  • DNA do animal que será clonado;
  • Um óvulo viável para receber o DNA;
  • Uma mãe para gerar o embrião resultante.

Frequentemente, necessitam-se de centenas de embriões para produzir somente um par de clones.

Os primeiros clones

No início da década de 1950, o Instituto de Pesquisa do Hospital Lankenau, na Filadélfia (Estados Unidos) clonou com êxito 27 rãs-leopardo através de um processo conhecido como transferência nuclear.

Em 1996, um grupo de pesquisadores da Escócia, tentou clonar uma ovelha da espécie Finn-Dorset. Foram injetados núcleos extraídos de suas células e os cientistas conseguiram criar mais de 30 embriões.

Cinco dos embriões se desenvolveram e só uma dessas ovelhas sobreviveu até a idade adulta; os investigadores a chamaram Dolly.

Desde então, alguns biólogos sugeriram, em várias ocasiões, que a clonagem poderia ajudar a salvar as espécies em perigo de extinção, especialmente em situações extremas, nas quais restam poucos animais de determinada espécie.


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