Principais características do jacaré-do-pantanal

Embora seja conhecido como jacaré-do-pantanal, esse réptil encouraçado endêmico da América do Sul também é conhecido por outros nomes.
Principais características do jacaré-do-pantanal
Alejandro Rodríguez

Escrito e verificado por o biotecnólogo Alejandro Rodríguez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Existem muitos répteis grandes nos pântanos e áreas aquáticas das Américas. Dentre todos esses crocodilos, vamos falar sobre o jacaré-do-pantanal, também conhecido como jacaré-do-paraguai ou jacaré-piranha. Continue lendo para descobrir mais sobre esse animal encouraçado.

História biológica do jacaré-do-pantanal

A primeira descrição desse réptil data de 1802 e é obra do zoólogo francês François Marie Daudin. Foi ele quem, precisamente, cunhou o primeiro nome científico conhecido desse animal: Crocodilus yacare.  O termo ‘yacare’ vem do tupi ‘îakaré’ e significa ‘aquele que olha de lado’.

Posteriormente, após vários estudos taxonômicos, essa espécie foi renomeada como Caiman yacare. Acredita-se que exista uma relação entre essa e outras espécies de jacarés, tais como o jacaré-de-óculos (Caiman crocodilus). Entretanto, até o momento não há dados definitivos que esclareçam melhor essa relação.

O que está claro é que o jacaré pertence à família dos aligatorídeos. Esses répteis vivem exclusivamente em território americano, e atualmente são conhecidos quatro gêneros vivos, além de muitos outros extintos.

Principais características do jacaré-do-pantanal

Características principais

Comparado com os outros aligatorídeos, o jacaré-do-pantanal é um réptil de tamanho médio. Assim como ocorre com muitos outros animais, existem diferenças morfológicas entre o macho e a fêmea. O macho mede cerca de 2,5 metros de comprimento e pesa cerca de 58 quilos, enquanto as fêmeas geralmente medem 1,4 metros e pesam no máximo 23 quilos.

Seu corpo é alongado e apresenta uma coloração escura, que pode variar desde o marrom até o esverdeado escuro ou até mesmo o preto. As laterais do jacaré-do-pantanal, assim como a cauda e a parte inferior da sua mandíbula, apresentam manchas escuras muito características. Seu ventre é amarelado. Esses animais apresentam estruturas morfológicas realmente curiosas: os osteodermos.

Presos às escamas, os osteodermos são placas ósseas resistentes que funcionam de diversas maneiras. No caso dos jacarés do gênero Caiman, geralmente têm uma função defensiva ou de distribuição do calor. Nos outros jacarés, esses osteodermos estão distribuídos ao longo do dorso e não estão presentes na barriga.

As patas desses crocodilos são curtas, porém fortes, o que os ajuda a se locomover e a nadar. No entanto, o que realmente dá a eles uma vantagem para se impulsionar é a cauda. O focinho é longo e abriga até 74 dentes, sendo que alguns deles podem ser vistos mesmo com as fauces fechadas.

Hábitos e conservação do jacaré-do-pantanal

Esses animais geralmente preferem áreas ensolaradas com bastante lama. Em terra, eles podem se mover rapidamente e passam despercebidos por outros animais, a menos que sejam perturbados. Nesse momento, para advertir quanto à sua presença, eles podem passar a emitir um ruído e começar a inchar.

Principais características do jacaré-do-pantanal

Ao entrar na água, revelam sua dieta exclusivamente carnívora. Para economizar energia, o jacaré-do-pantanal fica imóvel e de boca aberta, esperando que moluscos, crustáceos e peixes cheguem ao seu alcance. Se necessário, também pode caçar pequenos mamíferos e até mesmo outros répteis, que arrastará para o fundo a fim de afogá-los.

Em termos de distribuição e conservação, o jacaré-do-pantanal está amplamente distribuído por várias regiões da América do Sul e o seu estado de conservação é de ‘preocupação menor’, de acordo com a UICN. Seu número abundante e a sua alta taxa de reprodução são dois fatores a seu favor, sem dúvida.

No entanto, infelizmente, sua população está diminuindo gradualmente. Em suma, três fatores principais contribuíram para esse fenômeno: o interesse que desperta na indústria do couro, a sua presença cada vez mais comum no tráfico de animais e a redução do seu habitat.


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