Problemas no baço em cães

O hemangiossarcoma é a doença mais comum que o baço dos cães costuma apresentar.
Problemas no baço em cães

Última atualização: 08 abril, 2020

O baço é um órgão muito importante para a defesa do organismo e faz parte do sistema imunológico dos vertebrados. O baço dos cachorros funciona de forma semelhante à observada nos seres humanos; nele se encontram os linfócitos, que são as células encarregadas de combater os micro-organismos invasores. A seguir, falaremos sobre os principais problemas no baço em cães.

Para que serve o baço?

O baço está localizado na parede abdominal esquerda e, ao lado dos gânglios linfáticos, é a principal fonte de células imunológicas e possui uma ação de filtragem do sangue:

  • Previne infecções produzindo linfócitos que agem contra os micro-organismos que causam doenças.
  • Filtra o sangue, destruindo as células velhas e danificadas.
  • Armazena os glóbulos vermelhos e as plaquetas envolvidas na oxigenação e coagulação do sangue.
Para que serve o baço?

Problemas no baço em cães

As doenças mais comuns sofridas no baço são os tumores de linfoma e o hemangiossarcoma. O hemangiossarcoma é o tumor mais comum em cães. Os machos têm uma maior predisposição a sofrer de problemas no baço, bem como certas raças, como o pastor alemão, o golden retriever, o labrador retriever e o boxer. Normalmente, afeta cães mais velhos.

Hemangiossarcoma

É um tumor maligno e tende a invadir outros tecidos do corpo. A causa exata não é conhecida, mas o prognóstico não é favorável, e o tratamento visa prolongar a vida do animal o máximo possível, mantendo o bem-estar.

O hemangiossarcoma pode causar problemas no sangue, como a falta de coagulação. Os sintomas desta doença não são muito específicos, mas geralmente incluem os seguintes aspectos:

  • Inchaço do abdômen. O baço fica inflamado e aumenta de tamanho (esplenomegalia), inchando a cavidade abdominal.
  • Gânglios linfáticos inchados. No cão, existem gânglios submandibulares, pré-escapulares, axilares, inguinais e poplíteos. Quando estão inchados, podemos senti-los ao toque.
  • Anorexia ou perda de apetite.
  • Vômitos. O baço ocupa um espaço maior e pode pressionar o estômago, fazendo com que o animal vomite.
  • Letargia.
  • Febre.
  • Perda de peso.
  • Sangramento. Um choque hipovolêmico é uma situação de emergência veterinária.
  • Anemia. A anemia pode ser detectada em um exame de sangue.
  • Gengivas pálidas.
  • Diarreia.
  • Desidratação.
  • Anormalidades cardíacas. Aumento ou redução da frequência normal.

Se o tumor crescer muito, ele pode romper o baço, causando colapso agudo no sistema circulatório e dificuldade respiratória, o que colocará a vida do cão em sério perigo.

Cachorro no veterinário

Tratamento do câncer de baço em cães

O diagnóstico e o tratamento dependem do tamanho e da localização do tumor. Os sintomas também estão relacionados a este último aspecto. É essencial descartar metástases para outros órgãos através de exames veterinários específicos, como raios X, ultrassom abdominal e análise da massa ou biópsias.

O tratamento requer cirurgia para remover o baço. Isso é conhecido como esplenectomia, mas a doença não é curada com esta intervenção, embora ajude a retardar o processo.

A quimioterapia combinada com a cirurgia é utilizada para diminuir o câncer e aumentar a expectativa de vida do animal. A quimioterapia em cães – e gatos – tem menos efeitos colaterais do que nas pessoas e pode aumentar a sua qualidade de vida.

O veterinário é quem define o tempo aconselhável do tratamento com quimioterapia, mas é o dono que decide por quanto tempo prolongar o tratamento.

O tratamento com quimioterapia após a cirurgia aumenta a sobrevida em uma alta porcentagem, portanto, vale a pena continuar o tratamento que o veterinário recomendar.

Um cão pode viver sem o baço?

A resposta é sim, desde que ele receba tratamentos imunopotenciadores e que todos os aspectos da sua saúde sejam atendidos, como peso, atividade, alimentação e visitas ao veterinário. Mas se o problema for causado, como vimos, por um câncer maligno, a remoção do baço não garante a cura da doença.


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