A raposa-orelhas-de-morcego: suas técnicas de caça

A raposa-orelhas-de-morcego é um pequeno canídeo que se alimenta de insetos, tais como formigas e cupins, graças a técnicas de caça infalíveis. Mais um exemplo de que a natureza é sábia e dota os animais com o que eles precisam!
A raposa-orelhas-de-morcego: suas técnicas de caça

Última atualização: 03 maio, 2020

Esse mamífero carnívoro da família dos canídeos é pequeno e se caracteriza por ter patas longas e orelhas grandes. Neste artigo, vamos te contar mais detalhes e falar sobre as técnicas de caça da raposa-orelhas-de-morcego.

Características da raposa-orelhas-de-morcego

Trata-se de um dos menores canídeos da família, pois mede no máximo 70 centímetros de altura e pesa cerca de três quilos.

Chama a atenção pelas suas orelhas grandes, que podem ser do mesmo tamanho que a cabeça, e também pelas suas patas longas, que se ‘descolam’ bastante do chão e permitem que ela caminhe pelas pastagens sem problemas.

A pelagem da raposa-orelhas-de-morcego é curta, com exceção da cauda. Quanto à coloração, é principalmente marrom acinzentada com ‘bordas’ pretas. O rosto e a garganta são mais claros.

Habitat da raposa-orelhas-de-morcego

Há dois núcleos populacionais da raposa-orelhas-de-morcego, ambos na África. O primeiro está localizado no leste do continente – entre a Somália e a Tanzânia – e o segundo está ao sul, principalmente em Angola. Preferem savanas, estepes e semidesertos, lugares bastante secos e quentes.

A raposa-orelhas-de-morcego

No passado, a Otocyon megalotis – seu nome científico – vivia em grande parte do território africano – incluindo o Egito – e até mesmo no sul da Ásia.

Comportamento e reprodução da raposa-orelhas-de-morcego

Trata-se de uma espécie monogâmica, ou seja, que forma casais para a vida toda. É normal ver os ‘cônjuges’ com a última ninhada, geralmente composta por seis filhotes.

O casal se encarrega de escavar uma caverna ou toca subterrânea após a época de acasalamento ou, também, pode usar um esconderijo abandonado por outro animal.

A gestação dura dois meses e os filhotes são amamentados durante 15 semanas. Nessa fase, o pai assume a maior parte dos cuidados, incluindo a higiene, a defesa, o acompanhamento, o transporte e o abrigo.

Quanto aos seus comportamentos ‘gerais’, a raposa-orelhas-de-morcego é principalmente noturna no inverno e diurna durante o verão. Essa espécie é bastante social e se ‘reúne’ com outras famílias para brincar, descansar e comer em comunidade… assim como para se proteger de predadores.

Técnica de caça

A técnica de caça da raposa-orelhas-de-morcego é realmente curiosa e nos permite entender porque cada espécie é dotada de certas características físicas.

No caso desse canídeo, são as orelhas compridas que permitem a localização de pequenos invertebrados – formigas, gafanhotos, cupins ou grilos – que são a base da sua dieta.   

Uma vez que eles são encontrados, ela usa as suas longas patas dianteiras para cavar buracos em alta velocidade. O formato da boca e do focinho também ajuda nessa tarefa: ela possui 50 dentes afiados. 

Além disso, ela também possui uma mandíbula ‘especial’ que lhe permite mastigar cinco vezes por segundo. Não há inseto que possa escapar antes de ser triturado.

A raposa-orelhas-de-morcego

A raposa-orelhas-de-morcego come as suas presas sem se preocupar com as picadas ou mordidas que possa receber… A sua pelagem é densa o suficiente para enfrentar até mesmo os vorazes cupins africanos!

Vale a pena destacar que, embora possam ‘caçar’ em grupos, procurando colônias de cupins, elas não competem entre si pela comida porque não têm um instinto de territorialidade e são altamente sociáveis.

Assim, quando um espécime encontra comida, ele satisfaz o seu apetite e, ao terminar, dá lugar a outro para que continue aproveitando a mesma fonte de alimento.

Sem dúvida, a raposa-orelhas-de-morcego é uma espécie bastante curiosa e diferente do que podemos pensar de um canídeo em termos de hábitos alimentares e comportamentais. E, sem dúvida, as suas orelhas compridas fazem uma grande diferença!


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  • Kamler, J., & MacDonald, D. (2006). Longevity of a wild bat-eared fox. South African Journal of Wildlife Research.

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