A vicunha: o símbolo nacional peruano

Conheça a vicunha, o menor parente dos camelos que vive a mais de 3000 metros de altura.
A vicunha: o símbolo nacional peruano

Última atualização: 26 outubro, 2020

A vicunha é um animal que é símbolo nacional do Peru. É nesse país que se encontram as principais populações de vicunhas, na Cordilheira dos Andes, a mais de 3000 metros de altitude.

As vicunhas são mamíferos camelídeos, parentes de camelos e dromedários. Existem duas subespécies de vicunha: a vicunha do norte ou peruana e a vicunha austral ou do sul. A alpaca deriva dessa espécie e da lhama.

É importante destacar que as vicunhas compartilham as grandes áreas de estepe com camelídeos domésticos como a lhama e a alpaca.

Como é uma vicunha?

As vicunhas são os menores animais da família, já que pesam cerca de 50 quilos e têm cerca de 80 centímetros de altura. Seu pescoço é longo e a sua cabeça é pequena, enquanto seus olhos são grandes e suas orelhas são pontudas. Além disso, possuem uma fenda no centro do lábio superior.

Sua pelagem é altamente valorizada. O pelo do peito é mais longo, mais fino e sedoso, e serve de proteção em baixas temperaturas. A lã da vicunha é uma das mais caras do mundo.

A vicunha: o símbolo nacional peruano

O pescoço, o lombo e os flancos são cor de areia, e a barriga e a parte interna das patas são brancas. Além disso, os membros são longos e o terço anterior do corpo é mais baixo que o posterior.

Do que a vicunha se alimenta a mais de 3000 metros de altitude?

A vicunha se alimenta da vegetação do altiplano andino, principalmente aquela que fica perto das superfícies de água. Gosta de gramíneas, plantas herbáceas, líquenes e algumas plantas suculentas.

Comportamento da vicunha

As vicunhas vivem em rebanhos. Geralmente, o líder é um macho que guia as fêmeas do seu grupo. Cada rebanho habita um território de cerca de 40 hectares defendido pelo espécime macho. Por sua vez, os machos jovens viajam em grupos na esperança de se tornarem o macho alfa de um harém.

A vicunha: o símbolo nacional peruano

Esses machos delimitam seu território por meio das fezes e são os únicos que podem se acasalar com as fêmeas do rebanho. A época da reprodução ocorre entre março e abril, a gestação dura cerca de 11 meses e as fêmeas geralmente dão à luz um único filhote, às vezes dois, que permanecem com a mãe até os 18 meses.

Estado de conservação

Atualmente, as populações de vicunhas estão crescendo. Embora tenham passado por momentos em que suas populações estiveram em perigo, as medidas de reintrodução e conscientização têm sido eficazes.

Após centenas de anos de massacre sistemático para exportar sua cobiçada lã para a Europa, a espécie atingiu um ponto crítico em meados do século passado, com menos de 10 000 animais em todo o altiplano.

Um acordo internacional de 1969 deu início a um trabalho de estrita conservação com o qual Peru, Bolívia, Argentina e Chile ainda estão comprometidos.

Desde então, as vicunhas se recuperaram. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) estima que a população total seja de 350 000 vicunhas e que esteja aumentando. No entanto, ainda existem leis que protegem essa espécie da caça furtiva.

O primeiro artigo desse acordo declarava que os lucros da venda da lã de vicunha seriam destinados apenas à produção local, e esta é uma das razões pelas quais a vicunha se tornou o símbolo do Peru.

No passado, o pelo de vicunha costumava vestir a realeza inca. Atualmente, são poucos os que podem obter essa preciosa pelagem, já que um quilo de lã de vicunha pode chegar a custar 500 dólares.

Todos os anos, para obter a lã, muitos moradores locais cercam uma área e prendem as vicunhas para tosquiá-las e depois devolvê-las à natureza.  A técnica de captura data da época pré-hispânica e é chamada de chaku. Atualmente, foi adaptada para garantir o bem-estar animal.

Predadores

Por fim, vale destacar que os principais predadores da vicunha são raposas, pumas e matilhas de cães selvagens. Por sua vez, o condor se alimenta dos restos de vicunha deixados por esses predadores.


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  • Baldo, J.L., Arzamendia, Y., Vilá, B. L. 2013. La vicuña : Manual para su conservación y uso sustentable .- 1a ed. – Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CONICET – Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas , 78 p. ISBN 978-950-692-104-0.

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